quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O pacto invisível

O que é PROFISSIONALIDADE? Para a autora do livro Profissão docente, é uma união entre o termo profissão e personalidade.

Pessoalmente, passei a delirar sobre esse termo. A princípio me imaginei em aula, levantando a mão e declarando, em uma voz formal e monocórdia:

- Professor, não consigo deixar de perceber como resultado da sua profissionalidade é entediante.

ou o inverso:
 
- Querido professor, estou perdidamente apaixonada pela sua profissionalidade!
 
Me explico:
 
 A profissionalidade é o processo de formação de um profissional. Esse processo tem principio na formação inicial. Mas não possui fim!

Continuamos a construir a nossa profissionalidade até o resto do nossos dias como atuantes dessa profissão. Mais ou menos como uma sentença secreta, um pacto invisível:

- Julieta, serás professora até o fim. No espelho verás professora, e tua personalidade se atrelará de tal modo ao ser professora que atenderás por profe até debaixo do túmulo.
 
O que me levou a pensar:

Quando é que inicia esse "processo de formação incial"? Quando é que deixamos de ser Julieta para nos tornarmos Professora Julieta?
 
Arrisco um palpite: começamos antes.

Antes de saber que queremos, antes da inscrição no vestibular -  e, quem vai saber? - Antes mesmo de colocarmos o crachá do corpo docente.

A Sonia Penin também trata de um tema muito recorrente aos professores: satisfação pessoal.

Voltando ao meu delírio em forma diálogo com o professor:

No momento em que eu tenho vontade de criticar a profissionalidade do meu professor, eu estou julgando - mesmo que inconscientemente -  a sua satisfação pessoal!


(EI, professauro, o seu aluno nota que o senhor não é realizado na sua profissão!)

Admirar as aulas de um professor é admirar a sua profissionalidade. O seu trajeto.

Lendo Penin nas entrelinhas: É olhar para o professor e ver se ele ACREDITA. Se ele tem fé no que faz, na idéia que ele leva aos alunos.

Profissionalidade é um dia após o outro.

As minhas vivências vão formar a pessoa que sou. E essa pessoa fez um pacto invisível, atrelando profe ao seu nome.


Bibliografia:
 
  1. PENIN, Sonia. Profissão docente e contemporaneidade. In: PENIN, Sonia; MARTINEZ, Miguel; ARANTES, Valéria Amorin (org.) Profissão Docente: pontos e contrapontos.      São Paulo: Summus, 2009. p.15-40.

  1. 2 GARCIA, Maria M. A.; HYPOLITO, Álvaro M.; VIEIRA, Jarbas S. As Identidades Docentes como Fabricação da Docência. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 1, p. 45-56, jan./abr. 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ep/v31n1/a04v31n1.pdf acessado em: 06/03/2012.  

domingo, 7 de outubro de 2012

Mapa conceitual sobre o texto Identidade e Diferença:

Em meu mapa-desenho, procurei retratar a situação dos sérvios e croatas. É através dessa situação que o conceito de identidade é trabalhado, e o que implica essa tal identidade.O livro de Tomaz Tadeu da Silva, Stuart Hall e Kathryn Woodward inicia-se com um texto do escritor e jornalista Michael Ignatieff, sobre as situação de guerra na antiga Iugoslávia.Nela, homens croatas e sérvios trocam tiros e ofensas, em uma batalha sangrenta. No entanto, segundo Michel:

“ Todo mundo conhece todo mundo: eles foram, todos à escola juntos (...) Todas noites, eles se comunicam pela radio “faixa  cidadão” e trocam insultos – tratando-se pelos respectivos nomes”

Ao questionar, para um sérvio, as diferenças existentes entre os sérvios e os croatas, o homem responde que tem nas mãos um cigarro sérvio. Do outro lado da batalha, fuma-se cigarros croatas.O homem que responde a questão parece perturbado, e por final, responde que todos são, sérvios e croatas, lixo dos Bálcãs.

Para os autores, esse depoimento retrata uma HISTÓRIA DE IDENTIDADES. As identidades adquirem sentido por meio da linguagem e dos sistemas simbólicos pelas quais são representadas (no caso, o cigarro sérvio serve de símbolo para os sérvios)

Seguindo este pensamento, a autora fala que a identidade é RELACIONAL, ou seja, a identidade depende de algo fora dela para existir. Os sérvios são não-croatas, e os croatas são não-sérvios . A identidade é marcada pela DIFERENÇA.

Essa diferença é sustentada pela exclusão. Se eu sou sérvia, não posso ser croata.

“Uma das formas pelas quais as identidades estabelecem suas reivindicaçõs  é por meio do apelo de antecedentes históricos:” –  ou seja, ao reivindicar um personagem histórico para si, um líder, ou “quem chegou primeiro a que lugar” estão afirmando suas identidades. Com o texto e as reflexões em aula, entendi que, para criarmos a nossa identidade, nos ornamentamos de roupas, jóias, maquiagem e cabelo que nos caracterizem como pertencententes de um determinado grupo.